UM MUNDO DE GERAÇÕES

Todos nós, em algum momento da nossa vida, já ouvimos falar nos Baby Boomers, Geração X, Millennials ou Geração Z. O estudo de gerações é realizado desde o século XX, por sociólogos, e tem como objetivo apurar quais as características de cada geração, de acordo com os acontecimentos históricos mundiais vividos, as crenças, as ideologias, as filosofias de vida e o modo de encarar o trabalho e a vida social.

Cada geração é única e por este motivo é importante termos conhecimento das suas diferenças para conseguirmos compreender melhor as suas atitudes, formas de pensar e modos de vida. Estas diferenças podem levar ao chamado ‘choque de gerações’.

Atualmente, identifica-se oito gerações: Geração Perdida, Geração Grandiosa, Geração Silenciosa, Baby Boomers, Geração X, Millennials (Geração Y), Geração Z e Geração Alfa. Todas estas são classificadas de acordo com períodos temporais, não existindo um início e um fim exatos. Então, vamos conhecer cada uma delas:

A Geração Perdida pertence aos nascidos entre 1880 e 1900. O termo ‘Geração Perdida’ tem origem no facto de ser uma geração sem direção, consequência da guerra e dos ‘Loucos anos 20’. Na sua adolescência viveram a Primeira Guerra Mundial, e na vida adulta a Grande Depressão de 1929. Esta geração tem como características principais o individualismo e a ausência de regras. No fim da Primeira Guerra e com o início da Grande Depressão houve um grupo de celebridades da literatura que foram viver para Paris, como Ernest Hemingway, F. Scott Fitzgerald, Ezra Pound, Sherwood Anderson, Waldo Peirce, entre outros. Estes literários representam o luxo que se vivia nesta altura dos 'Loucos anos 20' e, que levou à Grande Depressão.

A Geração Grandiosa são os indivíduos nascidos entre 1901 e 1924. São a ‘geração grandiosa’ porque foram os que se colocaram na linha da frente nas duas grandes guerras mundiais. Sendo, por esta razão, uma geração lutadora, persistente e patriota.

A Geração Silenciosa pertence aos nascidos entre 1925 e 1945. Na sua vida adulta vivenciaram a Guerra da Coreia, o nascimento do Rock nos anos 50 e a luta pelos direitos civis nos anos 60.

Os Baby Boomers são os cidadãos nascidos entre 1946 e 1960. Esta geração surge após o fim da Segunda Guerra Mundial, onde houve uma crescimento bastante acentuado da natalidade, afetado em maior escala os países que participaram na guerra (EUA, Alemanha, Canadá, Austrália, etc). Por este motivo deu-se o nome de ‘baby boomers', palavra original dos EUA. Esta geração viveu a Guerra do Vietname e a Guerra Fria, o que influenciou muito a sua visão política. Foram a primeira geração que presenciou o aparecimento da televisão, sendo o seu principal meio de comunicação. Atualmente, a maior parte já utiliza, diariamente, o computador, em casa como no trabalho. Os Boomers foram importantes para as causas sociais, no século XX, como por exemplo o início da luta pelos direitos das mulheres. Foi, também, com eles que nasceu o movimento hippie, que na altura não era bem visto pela sociedade e veio causar algum caos social. Esta geração valoriza o compromisso, a lealdade, a estabilidade e a qualidade, são conservadores e trabalhadores, pois a vida toda trabalharam no ‘duro’.

A Geração X são os indivíduos nascidos entre 1961 e 1979. Esta geração é conhecida pela luta dos seus direitos, pela liberdade sexual, e pelo desrespeito à família, consequência de serem filhos de uma geração conservadora (Baby Boomers). Muito rebeldes para os padrões até então estabelecidos. A sua formação foi influenciada pela televisão. Estes preferem a qualidade à quantidade e procuram a liberdade. Os X’s são independentes, práticos, priorizam o trabalho flexível e que puxe pela sua criatividade. Na vida profissional procuram realização pessoal e material, sendo, também, conhecidos como workaholics.

Os Millennials ou Geração Y pertence aos nascidos entre 1980 e 1995. São chamados de millennials, porque foi a geração que nasceu na mudança de milénio. Esta geração é conhecida por estar sempre online, porque enquanto a geração X assistiu ao nascimento da tecnologia e da internet, os Y já nasceram dentro desse mundo, sendo a primeira geração que cresce dentro da verdadeira globalização. A internet para eles é um bem essencial, porque os aproxima estando longe, permite-os obter informação a qualquer hora e em qualquer lugar e torna-os mais conscientes dos problemas do mundo na hora. São uma geração preocupada com as causas sociais e com o meio ambiente. A nível profissional não são workaholics, porque valorizam o equilíbrio entre a vida profissional e a vida pessoal. Estes poupam dinheiro, com o intuito de viajar muito e terem experiências culturais e sociais. São uma geração onde os preconceitos sociais, essencialmente a nível da sexualidade, começam a ser mitigados. Não sentem tanta necessidade de casar, mas isso não significa que não queiram constituir família.

Por fim, temos a Geração Z, os jovens nascidos entre 1996 e 2010. Os Z são muito idênticos aos Millennials. No entanto, o que os diferencia das outras gerações é o facto de serem uma geração global do mundo global, ou seja, são a geração que globaliza tudo, até as amizades e o amor. Os Z valorizam a segurança e são realistas, porque cresceram num mundo inseguro e em crise económica. Foram a geração que viu os pais a passar por uma crise económica, a perder os empregos e a divorciarem-se. Os Z são os nativos digitais, porque foram a geração que nasceu num mundo tecnologicamente evoluído. Podemos afirmar que o digital é a realidade deles. São uma geração que tem uma grande preocupação com o ambiente e a sustentabilidade e com grande abertura à diferença de raça, religião, língua, convicções políticas ou ideológicas, condição social e orientação sexual.

Atualmente, desde 2011, estamos a assistir ao nascimento da Geração Alfa. No entanto, há pouca informação, porque são muito pequeninos ainda.

Quando ouvi falar pela primeira vez no estudo das gerações fiquei muito curiosa e fui logo pesquisar sobre o assunto. O facto de saber a diferença entre cada uma, ajudou-me a ser mais empática para com os mais velhos. Dantes havia coisas que os meus avôs, os meus pais, os meus tios ou os meus primos dizem que eu não concordava, e que pensava ‘como é possível eles terem uma mentalidade tão retrógrada e desatualizada’. Eu sei que estava a julgar, mas faz parte do crescimento errar. A verdade é que desde que tenho esta perceção das diferenças geracionais, entendo o porquê de eles pensarem e serem como são. Somos todos diferentes e somos todos iguais. E por esta razão devemos julgar menos, devemos colocar-nos mais no lado do outro e devemos perceber que a nossa vivência não é igual à da pessoa que está à nossa frente.

Escrito por: Adriana Lourenço